Torque em Ortodontia: Conceito e Importância Clínica
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O conceito de torque em ortodontia refere-se à torção aplicada ao fio ortodôntico retangular. Quando este fio é inserido na ranhura do bráquete, a coroa do dente tende a seguir a direção do fio, enquanto a raiz se move em sentido oposto. Clinicamente, o termo “torque” também é usado para descrever a inclinação vestibulo-lingual da coroa e da raiz do dente, algo que Andrews destacou em sua famosa pesquisa sobre oclusão normal, classificando-o como a 3ª chave.
Em seus estudos, ao analisar as inclinações médias das coroas dentárias em uma oclusão ideal de Classe I, Andrews observou que apenas os dentes anteriores superiores apresentavam torque com inclinação bucal, enquanto todos os outros dentes mostravam uma inclinação lingual. Tradicionalmente, as inclinações bucais são indicadas com um sinal positivo, enquanto as inclinações linguais são marcadas com um sinal negativo.
Vale ressaltar que estamos falando do eixo longo da coroa clínica e não do dente como um todo. A metodologia proposta por Andrews para avaliar a inclinação das coroas dentárias utiliza o Eixo Facial da Coroa Clínica (FACC). A inclinação positiva ou negativa dessas coroas é determinada pela relação entre esse eixo e uma linha que passa pelo ponto do Eixo Vestibular (Ponto FA), o centro geométrico da coroa, perpendicular a uma linha horizontal (eixo x).
Mensuração do Torque em Ortodontia: Real vs. Relativo
O torque em ortodontia pode ser medido de duas maneiras: diretamente no alicate (torque real) ou no próprio dente (torque relativo). É importante notar que o torque observado no alicate nem sempre corresponde ao torque efetivo, ou seja, a inclinação vestíbulo-lingual que ocorre no dente. Um exemplo disso é quando se aplica uma torção ao fio que, ao ser medida no alicate, indica um torque vestibular. No entanto, ao inserir esse mesmo arco na canaleta do braquete, o resultado pode ser um torque lingual.
Isso ocorre, por exemplo, quando a inclinação vestibular dos dentes supera o torque vestibular aplicado com o alicate, resultando em um movimento lingual dos dentes. Da mesma forma, o contrário pode acontecer quando os dentes estão mais lingualizados do que o torque aplicado.
Compreender essas nuances na aplicação do torque em ortodontia é crucial para alcançar os resultados desejados no tratamento ortodôntico, garantindo que a força aplicada resulte no movimento preciso dos dentes.
Torque Relativo em Ortodontia: Conceito e Aplicação Prática
O torque relativo em ortodontia refere-se à força exercida no slot do braquete que se traduz diretamente nos dentes. Em termos simples, é a forma como a torção do fio ortodôntico impacta a inclinação dos dentes. Esse tipo de torque é essencial porque ele é o verdadeiro responsável pelo movimento de inclinação dos dentes durante o tratamento ortodôntico. O torque relativo pode ser classificado como passivo, ativo ou resistente, e é a força que efetivamente impulsiona a inclinação dos dentes.
A avaliação do torque relativo em ortodontia é realizada inserindo um fio retangular no slot do braquete do dente ou do grupo de dentes que se deseja analisar. A posição em que a extremidade do fio passa em relação aos tubos molares indica a inclinação que será promovida quando o arco for posicionado.
Entender e controlar o torque relativo é fundamental para o sucesso do tratamento ortodôntico, pois ele define a forma como cada dente se moverá em resposta às forças aplicadas.
Avaliação dos Torques Relativos Anteriores em Ortodontia
Ao avaliar o torque em ortodontia nos dentes anteriores, podemos observar diferentes situações, especialmente na região anterior superior, que também serve como referência para os dentes anteriores inferiores. Quando o fio retangular é inserido nos slots dos braquetes dos dentes anteriores, três cenários possíveis podem ocorrer:
- Os dentes mantêm sua inclinação anterior original, resultando em um Torque Relativo Passivo.
- As coroas dos dentes estão inclinadas para o lado bucal, o que é conhecido como Torque Relativo Vestibular (positivo).
- As coroas dos dentes estão inclinadas em direção ao palato, caracterizando um Torque Relativo Palatino (negativo).
Essas variações no torque em ortodontia são essenciais para ajustar e controlar a posição final dos dentes durante o tratamento ortodôntico, garantindo resultados estéticos e funcionais adequados.
Avaliação dos Torques Relativos Posteriores em Ortodontia
Ao analisar o torque em ortodontia nos dentes posteriores, é possível observar um fenômeno semelhante ao dos dentes anteriores. O Torque Relativo Passivo ocorre quando o fio retangular está devidamente posicionado nos slots dos dentes anteriores e a porção posterior desse fio passa pela altura dos tubos molares sem gerar qualquer par de forças no slot do braquete. Dessa forma, os dentes anteriores não exibem tendência a alterar sua inclinação.
Em uma oclusão ideal, os dentes posteriores possuem uma inclinação negativa característica, sendo mais pronunciada nos dentes inferiores do que nos superiores. Assim como nos dentes anteriores, o torque real interage com a inclinação do slot para gerar um torque relativo. A metodologia para avaliar esse torque nos dentes posteriores é similar à usada nos dentes anteriores, assegurando que as forças aplicadas promovam a posição correta dos dentes durante o tratamento ortodôntico.
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